Celebrar em todo tempo

Celebrar em todo tempo, a qualquer hora, em todo lugar e em qualquer circunstância. Esse é o convite que o Senhor no faz.

Certos de que seu amor nos acompanha o “tempo todo”, em “todo tempo” devemos celebrá-lo e testemunhá-lo para que a força, a alegria e a esperança invadam o coração de outras pessoas também.

Celebramos as vitórias, as conquistas, os livramentos, a providência, o socorro de Deus; mas não podemos deixar de celebrar o Seu infinito amor que nos alcança todos os dias, intensamente, auxiliando-nos na fraqueza; acolhendo-nos na nossa miséria; retirando-nos do charco de lodo em que nos encontramos e firmando os nossos pés sobre uma rocha.

Esse é o grande convite do Carnaval Crux Sacra neste ano: o de celebrar um amor que não passa; que não se cansa de amar, que não se esquece de nós, que não nos abandona e que realiza maravilhas em nossas vidas.
                                              "Celebrarei o teu amor, Senhor, em todo tempo"

Por Dênes Souza
(Missionário da Crux Sacra)


Carnaval: dois caminhos, uma escolha.

Como passar o carnaval? Pra onde ir, onde ficar, o que fazer?
Normalmente, dois grupos tomam caminhos bem opostos.
O primeiro dá vazão à carne e cai na folia, aproveita para passear, assiste aos desfiles, come, bebe, diverte-se segundo os desejos próprios da carne.
Outro grupo costuma tomar um rumo bem oposto: deixa tudo e retira-se para encontros e retiros espirituais. Participa de retiros abertos ou fechados, assiste ou ouve as pregações de retiros pelo rádio ou TV. De sexta a quarta-feira de cinzas dedica-se a estar com o Senhor: ouvindo a sua Palavra, louvando e adorando-O. Para este, aplica-se e torna-se realidade esta palavra de Neemias: “não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força”. (Ne 8,10).
Trata-se, porém, de uma festa e alegria bem diferente daquela que o mundo oferece. Nos retiros espirituais não há preocupação com droga, camisinha ou contaminação com doenças. O único contágio que geralmente acontece com este grupo é o da alegria. Uma alegria que só o Senhor Deus pode oferecer.
Há dois caminhos totalmente opostos. Mas, você pode escolher apenas um deles. Jesus lembrou: “não podeis servir a dois senhores” (Mt 6,24). Uma escolha que cada um de nós deverá fazer, sabendo que: “os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que queríeis”. (Gl 5,17). Cada caminho leva a um destino e final diferente. Por isso Jesus nos preveniu:“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram”. (Mt 7,13-14)
E quanto a você? Qual dos dois caminhos escolherá? Há outros alternativos, mas estes dois são os mais marcantes no carnaval.
Jesus falou e nos alertou sobre as festas que o mundo oferece: um dia elas seriam parecidas com o que já aconteceu na face da Terra, nos tempos de Noé: “Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do Filho do Homem. Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos”. (Lc 17, 26 – 27)
É importante que estejamos bem atentos e procuremos fazer como Maria “que escolheu a melhor parte” (Lc 10, 42): ficou aos pés de Jesus.
O efeito de cada uma das escolhas aparecerá claramente na quarta-feira de cinzas. Todos podem até estar cansados. Mas, o estado de ânimo será bem diferente. Enquanto uns estarão curtindo a ressaca e o vazio, outros estarão com o coração exultante da alegria do Senhor.
Sejamos espertos: escolhamos a melhor parte, como Jesus mesmo afirmou: “Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada”. (Lc 10,42). Bom retiro!

Padre Alir Sanagiotto, SCJ
Paroquia Bom Jesus da Penha-RJ

Formação: Fevereiro/2009

Fonte: Shalom

O perfeito amor lança fora o temor (1 João 4, 18)

Nossa perfeição não está em fazer coisas impecáveis, mas em amar. Amar indistinta e gratuitamente à semelhança do amor que o Senhor dispensa sobre nós dia após dia. Um amor que acolhe, que compreende, que perdoa e que oferece novas oportunidades de recomeçar sempre.

Sim, é difícil. Mas, para os que desejam alcançar a santidade, esse é o único caminho. E não contamos com as nossas próprias forças para isso, mas com a graça de Deus. A nós cabe a disposição e a abertura de coração para que a graça nos plenifique na vivência do amor.

Permanece em Deus aquele que persevera no Amor. Alcança a santidade aquele que busca viver plenamente o amor. Pois Deus é amor.

O amor ao próximo é o jeito mais concreto – diria até seguro – de provarmos o nosso amor por Deus. Pois não podemos alegar que amamos a Deus se não dermos provas desse amor a quem está ao nosso lado. Nesse sentido, amar a Deus e ao próximo assumem níveis equiparados, inseparáveis.

Mas para amar (plenamente) é preciso lançar fora todos os temores. Eles nos impedem de alcançar a perfeição na vivência do amor, porque criam dentro de nós inúmeras barreiras que nos privam de nos ofertarmos sem reservas ao outro. Nossos temores geram desconforto, desconfiança, medo, receios. E tudo isso nos impede de sermos verdadeiramente livres para amar.

É imperfeito e ineficaz um amor que não se esvazia dos seus temores. Um amor que tem medo de amar. Um amor que não ama até o fim; que não é capaz de ofertar a vida – e de perdê-la, se preciso for.

Lançar fora os temores não significa desfazer-se dos riscos de amar, mas assumi-los. Não podemos deixar de amar pelo medo de não sermos correspondidos ou de sermos decepcionados. Tudo isso faz parte. São os riscos do amor. E se não nos arriscarmos a amar jamais compreenderemos oque é ser amado também.

Não é a toa que amar cansa. Cansamos, muitas vezes, por pensar que não tem valido a pena o nosso amor; que não temos sido reconhecidos nos nossos esforços em amar; que a outra pessoa não é merecedora.

É quando percebemos que o amor que dispensamos não precisa voltar para nós. Ele deve simplesmente alcançar o coração das pessoas e ali fazer morada.

É quando percebemos que amar é uma desafiadora missão. Missão de fazer com que as pessoas se sintam amadas por Deus, independente do que são ou fazem.

É quando percebemos que amar não pode ser uma opção, mas uma obrigação.

É quando percebemos que precisamos reaprender a amar. E é Deus mesmo quem nos ensina. É d’Ele que aprendemos que o amor não pode ser egoísta, invejoso, arrogante, ambicioso, nem buscar seus próprios interesses. Antes, o verdadeiro amor é “paciente, bondoso [...] tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (I Coríntios 13, 4-7)

Quando experimentamos do escandaloso amor de Deus não conseguimos retê-lo em nós. Brota,em nosso interior, o desejo insaciável de passá-lo adiante.

É preciso compreender que vale a pena sempre... mesmo quando achamos que não.

Por isso, precisamos nos desfazer dos nossos temores, a fim de que o nosso amor seja pleno e não encontre barreiras. O nosso amor precisa ser gratuito, desinteressado. E esse é o grande desafio! Amar é esquecer-se de si, multiplicar-se nos outros. Quem ama não tem direito de defender a própria vida.

Um amor que não é capaz de matar a própria vontade pra ver feliz o coração de quem o recebe não é amor de verdade.

Por Dênes Souza
(Missionário da Crux Sacra)

Sede praticantes de Palavra


23 Aquele que escuta a palavra sem a realizar assemelha-se a alguém que contempla num espelho a fisionomia que a natureza lhe deu: 24 contempla-se e, mal sai dali, esquece-se de como era. 25 Mas aquele que procura meditar com atenção a lei perfeita da liberdade e nela persevera - não como ouvinte que facilmente se esquece, mas como cumpridor fiel do preceito -, este será feliz no seu proceder”.  (Tg 1, 23-25)

O texto da carta de São Tiago nos ensina que a Palavra de Deus é um caminho de conhecimento da nossa verdadeira fisionomia. Quando somos ouvintes e praticantes da Palavra, tornamo-nos, a cada dia, como Aquele que nos criou.

Quando aderimos ao que a Sagrada Escritura nos ensina, a nossa vida toma uma proporção totalmente diferente; uma proporção de santidade, de intimidade com Deus. E quando estamos perto de Deus e de sua Palavra começamos a nos perceber tal como realmente somos: filhos chamados, como Jesus, para promover a glória do Pai no meio da humanidade, a partir de uma adesão coerente a sua vontade.
Se, por sua vez, como nos diz São Tiago, apenas ouvimos a Palavra de Deus, mas não fazemos uma adesão de coração por Ela não haverá qualquer fruto de transformação e mudança de vida em nós. Chegamos até a nos emocionar ao ouvi-la, mas, porque não criamos raízes em nosso coração, Ela não gera efeitos transformadores em nós. Em outras palavras, quando não buscamos ser como o Pai deseja, acabamos assumindo todas as formas que mundo nos oferece.
A vivência da Palavra nos livra de um desvio da nossa identidade enquanto filhos de Deus. O mundo tenta nos seduzir, a todo instante, com falsos ideais e, se não nos deixarmos doutrinar por essa Palavra de vida (que nos traz felicidade), cairemos nessa armadilha. São Tiago nos motiva dizendo que aquele que se debruça sobre a Lei da liberdade será feliz em tudo aquilo que ele faz.
É preciso meditar a Palavra, entender o que ela diz sobre nós e encontrar os ideais do Pai para os nossos dias aqui na terra. Não sejamos ouvintes distraídos, é preciso ter atenção, pois ela é uma luz para os nossos passos; é uma lâmpada luzente em nossos caminhos.
Certo dia estava eu na missa e o padre fazia a seguinte pergunta à assembleia: “Para que serve o farol de um carro?” E ele mesmo respondeu: “Para iluminar o caminho e evitar que aconteçam acidentes”. Assim também é a Palavra de Deus, se aderimos aos seus ensinamentos, muitos acidentes dentro e fora de nós serão evitados.
Quero convidar você a, junto comigo, neste ano de 2014, sermos homens e mulheres praticantes da Palavra, crendo que quanto mais a vivenciarmos mais nos conheceremos e seremos felizes em nossos negócios, pois estaremos no centro da vontade de Deus. Um homem e uma mulher da Palavra não cairão facilmente nos engamos do Diabo.
Sejamos perseverantes e corajosos na vivência da Palavra de Deus.

Paz e bem!!!

Jair Nascimento.
Sede missionários do Amor

A Igreja sempre faz questão de nos lembrar que a nossa missão é Evangelizar. E muitas pessoas, como Jeremias, dizem: “Ah, Senhor, eu nem sei falar” (Jr 1,6). Mas quem disse que pra evangelizar é preciso saber falar? Um simples gesto faz toda a diferença na vida das pessoas.

Nós somos chamados a testemunhar.  O mundo precisa do amor de Deus. Por isso, o Papa Francisco declarou: “Sede missionários do amor e da ternura de Deus.” E todos nós somos chamados a anunciar o Evangelho a todos aqueles que o senhor colocar em nossa vida. É a nossa obrigação! 

Nós, que experimentamos do amor de Deus, não podemos silenciar; não podemos reter esse amor em nós, porque esse mesmo amor que nos alcançou, esse mesmo amor que nos transformou, que restituiu a nossa dignidade, precisa transformar a vidas de muitas outras pessoas também. Se nós nos omitirmos, muitas pessoas permanecerão nas trevas, na lama do pecado; porque não tivemos a ousadia de anunciar que Deus as ama.

E esse chamado é, de um modo muito particular, atribuído ao carisma da Comunidade Crux Sacra: «anunciar o amor libertador de Jesus Cristo crucificado». Anunciar o amor de um Deus tão grande, que se inclina ao pecador, que oferta sua vida gratuitamente pela salvação de todos. Essa é a loucura da cruz: ofertar a nossa vida, consumi-la por amor...  pra mudar a vida de muitas pessoas.

Dênes Souza
(Missionário da Comunidade

Crux Sacra)